Há 75 anos acontecia a libertação dos campos de concentração da Alemanha nazista, onde morreram milhões de judeus, presos políticos e outros grupos perseguidos. O campo de concentração Bergen-Belsen, que ficou conhecido por ser o local onde morreu a jovem Anne Frank, fica na nossa cidade, Celle. Então, há poucos dias resolvemos fazer uma visita ao memorial e compartilhar com vocês o que vimos por lá.
Onde fica Bergen-Belsen
O campo de concentração Bergen-Belsen fica no norte da Alemanha, estado da Baixa Saxônia, na vila de Bergen-Lohheide que pertence à cidade de Celle, a 55 km de Hanôver, a 100 km de Hamburgo e a 300 km de Berlin.
História do campo de concentração Bergen-Belsen
Durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1940 e 1945, Bergen-Belsen foi um campo principalmente de prisioneiros de guerra, em sua maioria soviéticos. Em 1943, a SS usou parte do terreno para abrigar também judeus e outros grupos perseguidos.
O campo de concentração Bergen-Belsen não era um campo de extermínio, nem sequer tinha câmara de gás, mas ainda assim foi um local de terríveis atrocidades. Pelo relato de alguns sobreviventes, o local era um “depósito” de pessoas. Devido à super lotação, as doenças se proliferavam rapidamente, matando milhares, assim como a fome.
Ao menos 52.000 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, morreram neste campo durante a Segunda Guerra Mundial. A maioria deles morreu nos últimos meses da guerra. Assim, quando as tropas britânicas liberaram Bergen-Belsen, em 15 de abril de 1945, encontraram milhares de corpos não enterrados e muitos à beira da morte.
Logo após a libertação do campo, o governo militar britânico ordenou a criação de um memorial e, em 1952, um monumento central foi construído no local. Desde 1966, a história do campo de concentração é exibida em Bergen-Belsen. Assim como o memorial, o cemitério e o obelisco lá construído mantém vivas as memórias das vítimas.
Memorial Bergen-Belsen
Não existe mais nenhuma construção da época em que era um campo de concentração, pois devido ao surto de tifo, tudo teve que ser queimado para evitar mais contaminações.
Hoje, há um memorial onde encontram-se centenas de fotos tiradas durante a existência do campo até a sua libertação, objetos pertencidos às vítimas, fichas dos prisioneiros e vídeos com relatos de familiares que perderam entes queridos em Bergen-Belsen.
Anne Frank em Bergen-Belsen
Anne Frank foi uma menina judia que ficou mundialmente famosa e virou a “cara do holocausto”. Tal fama se deve pelas memórias que Anne escreveu em seu diário e que posteriormente viraram o livro “O diário de Anne Frank”.
Em 1942 a família de Anne, judia, vivia ameaçada pela presença dos nazistas em Amsterdã, onde moravam. Após o plano de fugir para os EUA dar errado, Otto Frank, pai de Anne, decidiu que a família se esconderia na cidade mesmo. Então, conseguiram improvisar um esconderijo em cima do escritório da firma de Otto.
Além da família de Anne, viviam mais quatro pessoas nesse esconderijo. Tudo estava dando certo e a guerra parecia que chegara ao fim, quando em uma manhã de agosto de 1944 eles foram descobertos pela Gestapo. Assim, os integrantes do “anexo secreto” foram enviados aos campos de concentração/extermínio.
Juntamente com sua irmã Margot, Anne foi deportada para Auschwitz e posteriormente para Bergen-Belsen, onde morreu de tifo apenas um mês antes da libertação do campo pelas tropas britânicas. Margot também morreu com essa doença, apenas alguns dias antes de Anne.
Dos oito ocupantes do “anexo secreto”, somente Otto Frank sobreviveu ao holocausto. Após o fim da guerra, ele voltou para Amsterdã e procurou por notícias de Anne e Margot, mas as duas já haviam falecido há dois anos.
Otto Frank foi o responsável pela publicação do diário de Anne, que sonhava em ser escritora. O livro foi traduzido para mais de 30 idiomas e virou um fenômeno mundial.
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A parte externa
Na parte externa, onde antigamente eram os barracões do campo de concentração, hoje há uma ampla área verde. Vários familiares colocaram lápides em homenagem às vítimas, como por exemplo, o primo de Anne que colocou a lápide abaixo em homenagem às suas duas primas.
Os corpos encontrados pelos britânicos no momento da libertação do campo, foram enterrados em covas comuns. Aqui também podemos ver essas imensas covas, onde estão enterradas em torno de 10.000 pessoas.
Além disso, nessa área também vemos um obelisco, construído em homenagem às vítimas e um local pra orações, chamado “Casa do silêncio”.
No primeiro aniversário da libertação do campo, foi erguido um monumento (foto abaixo) para lembrar os 30.000 judeus mortos em Bergen-Belsen.
Visitação ao campo de concentração Bergen-Belsen
A visita pode ser realizada das 10h às 18h entre os meses de abril a setembro. De outubro à março as visitas ocorrem entre as 10h e as 17h. O memorial não abre durante os feriados de Natal, mas o cemitério e as demais áreas abertas do local, podem ser visitados a qualquer momento.
A entrada para todas as áreas é gratuita, mas pra quem quiser deixar uma contribuição, há uma caixinha onde se pode doar qualquer quantia.
Para mais informações acesse o site oficial do memorial: